Se você leu nosso artigo e calculadora de Índice de Massa Corporal, sabe que:
Mas é muito importante saber também que o IMC não pode ser usado indiscriminadamente.
Existem diversas limitações na metodologia que você precisa estar atento quando avaliar seu próprio IMC. Nós vamos discutir algumas delas a seguir.
A proporção entre massa magra (músculos) e gordura não é considerada para o cálculo do IMC. O IMC superestima a gordura em pessoas mais atléticas (ou seja, joga pra cima) e subestima a gordura em pessoas mais cheinhas (mas ainda assim, dentro de faixas normais de IMC).
No caso de atletas, a massa muscular pode até colocá-los na categoria de sobrepeso. Por isso, você deve levar em conta que a taxa de massa muscular faz diferença ao avaliar o IMC.
O IMC também não leva em conta as proporções individuais. Uma vez que os únicos parâmetros para o cálculo são peso e altura, pode haver distorções de cálculo quando a pessoa possui uma forma não padrão.
Por exemplo, uma pessoa que tem uma largura proporcionalmente menor para sua altura pode estar carregando mais gordura e ainda assim o IMC vai indicá-la com peso normal. Da mesma forma, uma pessoa larga (quadris e ombros largos) pode se considerada com sobrepeso, e ainda assim ter taxa de gordura dentro da normalidade.
O expoente no denominador (altura ao quadrado) é arbitrário. Como a lei da escala de massa diz que a massa varia à terceira potência das dimensões lineares, então, teoricamente, o correto seria usar um denominador elevado ao cubo, ao invés de ao quadrado.
No entanto, experiências mostraram que exponente menor deveria ser usado para fazer com que o IMC variasse mais com a massa do que com a altura.
Alguns cientistas defendem que o exponente usado deveria ser de 2,5. Isso compensaria o fato de que pessoas muito altas tem naturalmente uma propensão a ter mais massa, sem que isso prejudique sua saúde. O IMC com denominador elevado a 2 faz com que pessoas muito altas tenham o IMC indicando sobrepeso.
A partir de 1990, a OMS definiu que a faixa entre 25 e 30 deve ser sobrepeso, mas nem sempre foi assim. Por causa da variação entre as pesquisas, o índice certo variou bastante e antes a faixa de sobrepeso era até menor. Nada garante que a OMS mude as faixas da categorias se observar mudanças nos padrões de doenças.
Mesmo hoje em dia, organismos de saúde pública em diferentes países têm suas próprias faixas de índices. Países asiáticos, como Hong Kong, Japão e Singapura, possuem suas próprias tabelas de índices. Esses países realizam seus próprios estudos para observar a relação de IMC e doenças nas suas populações, chegando a resultados diferentes dos da OMS.
O IMC deve ser utilizado de forma diferente para jovens de até 19 anos. O cálculo é o mesmo, mas o valor resultante deve ser comparado com a média de IMCs de crianças da mesma idade. Se o IMC estiver abaixo dos 5% dos valores encontrados para a mesma idade, a criança é considerada abaixo do peso. Se ele estiver acima dos 85% dos valores, ela é considerada acima do peso.
Nos idosos, o IMC não considera a perda natural de massa com o avanço da idade. Assim, idosos podem ser considerados abaixo do peso, mesmo que clinicamente eles estejam saudáveis.
Portanto, utilize o IMC com cautela.
O índice de massa corporal é uma ferramenta muito prática. Ela pode ser a porta de entrada para reconhecer problemas de peso (aliás, você deveria checar seu IMC agora!).
Só não aceite cegamente o resultado do IMC. O índice é uma boa para entender como está seu peso, mas somente um profissional da saúde pode identificar problemas. Sempre leve em consideração as limitações indicadas aqui. Se estiver preocupado com seu peso, consulte um médico!